BEM-VINDO!!!

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domingo, 18 de outubro de 2009

Artigo de opinião sobre o Filme "LÍNGUA - VIDAS EM PORTUGUÊS"(Filme de Victor Lopes, 2001)

Este filme conta com a participação de Saramago, Martinho da Vila, João Ubaldo Ribeiro, Madredeus e Mia Couto. Foi filmado em Portugal, Índia, Moçambique, França, Japão e Brasil. "A construção visual é muito importante para o filme, mas não é uma busca estética, e sim de sentido. É um filme oral, mas imagético também. Não é à toa que o chão de uma praia africana corta para o chão de Portugal. Trata-se da criação de um território universal da língua", resume o diretor.

Língua não é sinônimo de linguagem. A língua é "uma" das formas de linguagem, uma forma que utiliza palavras. Como é produzida e desenvolvida dentro de contextos sociais e culturais, pessoas de diferentes grupos sociais empregam-na de modos diferentes, em diferentes
momentos históricos e diferentes espaços geográficos, mesmo quando falamos de uma mesma língua, no caso, o português.
Quando nos referimos à "Língua Portuguesa" estamos falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades. Embora no Brasil haja apenas uma língua nacional, notam-se diferenças na pronúncia, no vocabulário, na maneira de organizar as palavras na frase. O português falado em Portugal não é o mesmo que se fala no Brasil, tampouco se fala da mesma maneira em todas as regiões brasileiras.
Embora a língua oficial do nosso país seja o português, não a empregamos da mesma maneira que outros povos que também falam português, como os habitantes de Portugal, de Angola, de Moçambique..., ou ainda outros países em que a língua oficial não é o português, mas pela presença de brasileiros acabam se misturando as línguas, e não somente elas, hábitos, costumes e crenças se mesclam.
A língua varia de acordo com o tempo, o espaço em que é falada, sofre muitas influências socioeconômicas, culturais, de nível de instrução, urbanas, rurais, etc. Hoje, com a globalização, percebe-se multiculturas, mas apesar disso, ainda há uma resistência do indivíduo em preservar alguns rituais e crenças de sua origem, como uma identidade pessoal e de seu povo. Assim, nesse processo, a língua se renova, enriquece, mas sobre alguns aspectos também empobrece, pois se perde muito. Enfim, "a língua muda e se não mudasse, ainda falaríamos latim", como disse João Ubaldo Ribeiro.
Observando os vários países que falam português oficilamente, constatamos que há uma identidade entre os países lusófonos, não só na língua, mas também na música, na comida, na cultura em geral. A língua infuencia o grupo, o meio e o mundo, servindo como um instrumento de dominação, podendo exercer a libertação ou o cárcere do indivíduo.
A língua é movimento, é emoção, e é através dela que construimos nossa identidade, nossa história e aprendemos a conhecer e valorizar o outro.
Sendo assim, pela diversidade já temos uma língua muito mais "brasileira", nem tanto portuguesa. E como disse Saramago:"Não há uma língua, há línguas em português".
Diante desse contexto, o educador tem o compromisso de mostrar ao aluno que há diferentes dialetos e uma língua padrão, sendo que ambas devem ser valorizadas, e que o importante é saber adequar a linguagem. Não podemos impedir as influências sobre a nossa língua, mas podemos sim, mudar o nosso olhar e o do educando.


terça-feira, 13 de outubro de 2009

Oficina 11 - TP6 - Unidades 21 e 22

Na noite de 05/10, segunda-feira, das 18h até as 22h, como sempre ocorre semanalmente, realizamos o encontro das cursistas com a formadora para realização da oficina 11, com início do TP6. A recepção foi com música e um café-lanche como de costume para receber as professoras cursistas, sendo que a maioria vem direto da escola para a SMEC.
A reunião iniciou-se com a apresentação em power point da mensagem "A presença de Deus" e reflexão sobre a mesma. Após fizemos a leitura e dabate sobre o texto "Gêneros textuais na sala de aula: entre modas e realidades", retirado do livro Olímpiadas de Língua Portuguesa. Tanto a mensagem como o texto provocaram muitas reflexões sobre a prática de sala de aula, muitas relataram experiências que já estão tendo com o trabalho com textos e gêneros textuais.
Com relação ao "Avançando na prática", a atividade que foi aplicada pela maioria, foi o trabalho com texto publicitário. Os relatos foram muito positivos, houve participação e interesse dos alunos; e também o "Júri Simulado", atividade que empolgou e motivou as turmas a participarem, assim relataram ter conseguido atingir o objetivo principal que era fazer com que os alunos entendessem a argumentação textual.
O decorrer do trabalho foi organizado em dois grupos, dividindo-se assim as unidades 21 e 22. Cada grupo esquematizou uma síntese da unidade com as ideias prinipais e após fez-se a socialização e um debate a respeito do tema tratado em cada uma. O tema que mais provocou debate foi a Produção textual, trocamos muitas sugestões e declarações de experiências.
A atividade prática da oficina foi muito legal, as finalizações do texto de Moacyr Scliar foram todas com muito humor e as atividades propostas a partir do texto foram diversificadas e criativas. Relataram que foi uma atividade prazerosa, que querem aplicar também com os alunos.
Para finalizar as cursistas fizeram a avaliação escrita da oficina e a formadora passou as orientações para o próximo encontro e para a oficina aberta.

O processo de produção textual: revisão e edição

O trabalho com a escritura textual deve ser uma prática periódica, assim como o processo de revisão. A revisão textual, coletiva ou individual, deve acontecer semanal ou quinzenalmente. O tempo entre uma revisão e outra propiciará ao educando o amadurecimento necessário para uma nova escritura. O professor pode conduzir a revisão na lousa com a contribuição dos educandos ou permitir que eles próprios realizem a revisão dos textos uns dos outros. Isso pode acontecer em duplas ou grupos maiores. Na revisão, o professor utiliza uma matriz do texto escolhido transcrito na lousa, na transparência ou datashow e seus alunos acompanham a revisão com cópia do texto escolhido. Deve-se delimitar os aspectos mais importantes a serem trabalhados em cada revisão, com textos diferentes, para que o trabalho não seja muito extenso. É importante também que o professor explique para a turma o tipo de trabalho que será feito, cuidando para não expor o aluno que produziu o texto.
O professor é o "perito do texto", o "detetive", pois é ele quem investiga as marcas textuais, isto é, as dificuldades de cada educando, observando o erro e identificando as hipóteses que o erro quer mostrar.
A partir das marcas textuais encontradas no texto o professor deve definir:
1.Nível de letramento do educando;
2.Suas hipóteses sobre o processo de escrita;
3. O conteúdo a ser trabalhado na aula de revisão;
4.Estratégias para a revisão textual.

Vejamos um exemplo, de uma parte de um texto de aluno, uma análise e algumas atividades propostas.

TEXTO
Se criasa e se felis e te a vida pela
frenti vive as aventura que o mundo tei ai cuando agente fica adolecente
vem os problema os pai fica pegano no pedajenti ai num pode isso num
podi aqilo e briga todu dia o adolecenti ai o joveim si revouta e teim muitos problema tipo assim teim minina qui aruma bariga os cara usa droga ai briga di cangi fuma bebi u adolecenti teim cupa mais tipo asim os pai podia te pasciença com nóis.


ANÁLISE
Percebe-se pelo texto do aluno, que o mesmo parece ter a idade entre 11 e 12 anos, estando possivelmente no sexto ou sétimo ano. Pela linguagem e termos usados parece tratar-se de um menino de nível socioeconomico baixo.
Quanto ao nível de letramento constata-se que o aluno cnhece o assunto sobre o qual fala, a realidade que o cerca, apresentando as ideias de forma coerente e coesa.
Analisando as hipóteses sobre leitura e escrita, identifica-se um reflexo da linguagem oral na sua escrita; o texto é coeso, porém os conetivos utilizados não seguem a norma padrão da língua. Ainda percebe-se que o aluno apresenta problemas de pontuação e estruturação de parágrafos, o que decidimos trabalhar como conteúdo nesta revisão.

ATIVIDADE
A proposta de atividade é que os alunos, juntamente com o professor, leiam o texto dividindo-o em três partes: Introdução(início), Desenvolvimento(meio) e Conclusão(fim), três parágrafos e ainda, façam a pontuação adequada. O professor deve explicar as ideias básicas do parágrafo e translineação. Ainda se poderia abordar a ortografia.

(Este trabalho foi proposto no segundo encontro de formadores(as) do Gestar II, sendo que cada grupo propôs atividades diferentes, abordando os diversos conteúdos que poderiam ser abordados com o mesmo texto).Pretende-se utilizar esta mesma proposta para trabalhar com as cursistas, na unidade 23 do TP6.

domingo, 4 de outubro de 2009

Aprendendo com o Gestar II

O programa Gestar II que está realizando-se no nosso estado do Rio Grande do Sul e em vários lugares do Brasil, com o objetivo de aprimorar e aperfeiçoar o ensino da Língua Portuguesa e da Matemática, está realizando sua função e superando as expectativas, pois esta primeira etapa foi muito importante e produziu novos conhecimentos, troca de ideias e experiências entre os professores contribuindo para a melhoria e o desenvolvimento de novas estratégias de ensino.
Analisando os critérios de seleção de textos, as cursistas escolhem principalmente de acordo com a temática, relacionando-a com o contexto sociocultural e cognitivo da turma, mas ainda assim trabalham os diversos gêneros, alguns mais, outros menos. Da mesma forma a seleção da seção “Avançando na prática” segue critério idêntico.
A maior dificuldade em aplicar as atividades refere-se ao tempo para realização e aplicação, como também a formulação do relatório conclusivo das atividades desenvolvidas. Percebe-se que os professores devem desenvolver e aprimorar o hábito da escrita de sua autoria.
Com relação ao texto, a concepção teórica das cursistas ainda está focada na análise somente dos aspectos estruturais do texto: forma, ortografia, pontuação, e não dá a real importância aos argumentos, ideias e coerência dos elementos textuais. Quanto à leitura e planejamento, identifica-se atividades ainda “avulsas”, sem preocupação prévia ou motivação, sem objetivos claros e engajados uns aos outros.
O professor deve criar estratégias que levem o aluno a ler e com preender todos os aspectos do texto, desenvolvendo um trabalho pontual e sistematizado, delimitar objetivos e selecionar métodos são de vital importância para o êxito do processo de ensino-aprendizagem.
Com relação à teorias estudadas as cursistas as usam como forma de entender as atividades e também como reciclagem de conhecimento e aperfeiçoamento. Muitos professores ainda estão focados na gramática normativa e preocupados com a forma estrutural do texto, deixando um pouco de lado os aspectos de compreensão, interpretação textual e produção escrita.
Sendo assim, o Programa Gestar II pretende aperfeiçar e redimensionar a prática pedagógica dos professores que trabalham com a linguagem.
(Resumo coletivo sobre a primeira etapa do GestarII-Formadoras Daiane, Marta e coordenadora Viviane - Realização no segundo encontro em POA-28/09/09)